Nas
chamadas campanhas eleitorais que no ano passado alegraram nossos televisores,
todos ouvimos sobre a vida e os milagres realizados pelos candidatos que se
mostravam aptos a despertar aquele que está “deitado eternamente em berço esplêndido”.
Ouvimos inúmeras promessas que não poderíamos sequer citá-las todas neste
momento, mas ao menos uma ressoou como um refrão entoado pelos candidatos, que
não mediram esforços para conquistar aquele “click” fundamental que é o voto.
Quase
que fomos hipnotizados por este mantra eleitoral proferido pelos candidatos,
que dizia: “Escola de tempo integral! Escola de tempo integral!”. Tendo
ultrapassado o primeiro trimestre deste tórrido ano, é perceptível que as miragens
desenhadas nas campanhas foram dissipadas e fatidicamente nos perguntamos: Onde
estão as Escolas de tempo integral? Há alguma Escola de tempo integral neste
bairro? Será que nós brasileiros ouvimos errado? Será que na verdade não
estavam dizendo: “Corrupção de tempo integral?”.
Não
sei se fomos alvo de uma espécie de equívoco coletivo, mas o fato é que as tais
Escolas de tempo integral até então não chegaram. A questão, porém não termina por
aqui. Estas propostas educativas foram apresentadas nas campanhas como
instrumento de inserção social, como lugar de acolhimento e formação dos
inúmeros filhos desta “Mãe gentil”.
Estes
projetos educativos foram expostos como a grande alternativa traçada pelo
Estado brasileiro para acalmar os pais que trabalham dia e noite sem cessar e
que, portanto não acompanham os filhos como gostariam de fazê-lo. Até pouco
tempo, tais projetos eram a solução que afastaria os nossos filhos do flagelo
das drogas, do crime e das variadas formas de violência. Fomos confortados por
discursos que bradavam: “Lugar de criança é na Escola”. Será mesmo que os
nossos representantes apostam nesta direção?
Há
alguns dias, na capital federal, discute-se sobre a redução da maioridade penal
(cf. PEC 171/93). Discursos inflamados, defendidos por várias bancadas
acolhidas pelo fantástico Eduardo Cunha que de forma magistral, rege a honrosa orquestra
dos deputados federais. Sem dúvida os nossos representantes estão preocupados
com o fenômeno da violência, que se alastra nas regiões deste país. E uma grande
prova desta preocupação social, reside na elaboração desta varinha mágica extraída
dos caldeirões de Brasília que num piscar de olhos corrigirá as páginas de
violência que não seguem o ritmo carnavalesco da terra que ainda é do samba,
visto que nosso futebol está contundido no banco de reserva do cenário
internacional.
Enquanto
as políticas públicas deste país, permanecerem presas aos efeitos imediatos sem
conhecer as suas causas reais, jamais se lerá atentamente a estreita relação
entre Educação e Sociedade. E assim, os nossos representantes elaborarão
antídotos sempre mais ineficazes e continuaremos assistindo o mesmo drama da
“Violência em tempo integral”.
Professor, eu li uma frase e logo pensei nessa questão da maioridade penal/
ResponderExcluir"Fala-se muitos dos jovens, fala-se pouco com os jovens!"