Dirigindo
esta pergunta aos alunos do Instituto Federal de Sergipe (IFS) na
segunda-feira, dia 07 de dezembro, fui surpreendido pela resposta de Ísis
Milena. Por vezes, nós educadores não queremos perguntar nem queremos que nos
perguntem. Nós que atravessamos longos períodos de formação acadêmica para os
níveis de mestrado e doutorado, não queremos o incômodo de perguntas
consideradas tão banais.
Quando
foi que a filosofia deixou de perguntar? Quando a filosofia deixou de ensinar a
perguntar? Quando os educadores de filosofia passaram a enxergar a pergunta
como algo incômodo? Quando começamos a oferecer respostas prontas, retirando
dos alunos este protagonismo do pensar?
Penso
a filosofia como a capacidade de surpreender-se. A filosofia é um destes
exercícios que desperta seres inanimados que abriram mão do próprio pensar. É
triste quando isto acontece e, sobretudo quando este fenômeno paira sobre a
juventude que é o hoje e o amanhã deste país. Não por nada Sócrates foi acusado
de ter cutucado uma juventude aparentemente inerte, que cochilando sobre si,
assistia passivamente a este filme que não vale a pena ver de novo: O
desmantelo de uma sociedade.
É
preciso apostar na educação e compreendê-la nas suas repercussões políticas.
Não precisamos ter medo de afirmar que toda educação é política. Isto não
significa reduzi-la ao partidário, mesmo considerando que não descobrimos uma
forma de fazer política prescindindo dos seus respectivos partidos. Olhando
para a nossa claudicante democracia vemos o papel que os partidos desempenharam
agrupando homens e mulheres em busca do ideal que consiste no bem comum social.
Educação,
Filosofia e Política serão sempre boas aliadas contra as ideologias que se
abateram e se abatem sobre o nosso país. Acreditando no valor da nossa
juventude, reproponho a resposta da aluna Ísis Milena que cursa o primeiro ano
de eletrotécnica no Instituto Federal de Sergipe. Boa leitura!
“A
tentativa de impeachment contra a atual presidente Dilma Rousseff é, na
verdade, um golpe político, pois não há uma real necessidade de mudança de
presidente e sem um planejamento conjunto do Estado e da população para
contornar a situação em que o Brasil se encontra”.
“No
caso atual, o impeachment está sendo usado pelo presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha, como uma forma de amedrontar a atual presidente da
República, mas não haveria uma melhora ou solução para a sociedade brasileira,
pois não haveria uma base concreta de um futuro mais próspero”.
“Os
políticos que assumiriam após o impeachment não saberiam o que fazer por conta
da pressão da população e dos outros políticos ou apenas pensariam no seu
próprio bem ou de uma determinada parte da população (ricos), assim esquecendo
do restante do povo que forma o Brasil, os trabalhadores que trabalham para
manter de pé um país em que seus governantes não dão sua real importância”.